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A Graça no Antigo e no Novo Testamento

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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty A Graça no Antigo e no Novo Testamento

Mensagem  Fabio Seg Mar 17, 2008 9:54 am

Creio que existam muitas confusões sobre esse assunto.
Gostaria de formular algumas questões.

Seria correto afirmar que o AT é a era da Lei e o NT a era da Graça?
A graça do AT é diferente do NT?
O que seria a graça comum e a graça específica?
Qual a diferença entre graça e misericórdia?

Fabio

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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty Está ficando sério o debate!!!

Mensagem  Daniel Seg Mar 17, 2008 10:30 am

Vasos, acho essas perguntas extremamente pertinentes e relevantes. Nós, evangélicos, fazemos muitas confusões com essas coisas. Em minha opinião, estas perguntas são respondidas da seguinte forma:

1. Quando olho para as Escrituras não encontro base para pensarmos nesta dicotomia Lei/Graça e AT/NT. Lei e Graça sempre existiram, independente do período testamentário. Este é um dos principais assuntos da teologia reformada. Na teologia reformada, este assunto é conhecido como Teologia do Pacto ou Teologia da Aliança (vale a pena ler: O Cristo dos Pactos - O.Palmer Robertson; Criação e Consumação I e II - Gerard Van Groningen e Revelação Messiânica no AT - Gerard Van Groningen). A teologia do pacto nos ensina que, na história da humanidade, Deus fez dois pactos: Um pacto conhecido como pacto das obras e um pacto conhecido como pacto da graça. Na verdade, os dois pactos podem ser vistos como subdivisões de um mesmo pacto. Quando criou o homem, Deus fez com Adão um pacto que tinha como princípio o seguinte: "O cumprimento da Lei garantia a vida eterna ao homem criado por Deus". Neste pacto, portanto, as obras vigoravam. Ou seja, se Adão cumprisse a Lei o pacto seria mantido e ele conquistaria vida eterna. Por causa da queda, o pacto das obras foi inviabilizado ao homem. Ou seja, ele não poderia fazer mais nada pela conquista da vida eterna. A partir deste momento, este mesmo pacto que Deus tinha feito com o homem passou a vigorar não como um pacto das obras, mas como da graça. Isto, é a vida eterna não seria mais fruto da conquista do homem, mas da manifestação da graça de Deus.
Isso tudo, para dizer que a graça sempre esteve em vigor, mesmo no AT. Depois da queda, a lei passou a existir com algumas funções: Para o ímpio - mostrar sua condenação e apontar o caminho da graça de Deus em Cristo; Para o salvo - ser um instrumento divino para sua satificação.
Se pudéssemos dividir a história entre Lei e Graça, então não precisaríamos mais da Bíblia, pois ela é a Lei de Deus. Lei e graça sempre existiram e caminham lado a lado (Vale a pena ler Lei e Graça - Mauro Meister. obs: acho que tem na Biblioteca teológica).

2. Quanto à graça no AT e no NT, a Bíblia mostra que se trata exatamente da mesma graça. A graça de Deus manifestada aos que vieram antes de Cristo é a mesma que é manifestada a nós. A única diferença é que, como a revelação é progressiva, a gente tem uma compreensão mais clara desta graça no NT do que no AT. Mas a graça é a mesma.

3. Graça comum e específica ou especial são terminologia teológicas para mostrar duas diferentes manifestações da graça divina. A graça comum é a manifestação do favor de Deus por todos os homens, eleitos ou réprobos. Ela se evidencia pela inteligência que Deus dá aos home,s pela preservação da vida de todos, alimento, chuva, dons, etc. A graça especial é a manifestação da graça divina àqueles que são salvos por Cristo. Ou seja, é a manifestação redentora da graça de Deus.

4. Como sei que este assunto vai se desenvolver bastante por aqui, acho melhor a gente começar com uma definição básica de graça e misericórdia. penso eu que graça e mis. são dois lados de uma mesmoa moeda. Não pensamos em uma sem pensarmos na outra.
Graça -Deus dar a um pecador aquilo que ele não merece, favor imerecido (como é conhecida)
Misericórdia - Deus NÃO dar a um pecador aquilo que ele merece.

Por que falei que são dois lados de uma mesma moeda? Porque se pensarmos no seguinte exemplo "quando Deus tira um pecador do inferno, o que está em jogo, graça ou misericórdia? ", basta que vejamos a questão de dois ângulos distintos.
1. Quando pensamos que Deus não deu ao pecador o que ele merecia, vemos aí sua misericórdia, pois o pecador merecia o inferno e Deus não o Deus.
2. Quando pensamos que Deus deu ao homem o que le não merecia, vemos aí sua graça, pois o pecador não merecia sair do inferno, mas Deus o tirou de lá.

Acho que é isso! Fiquem com Deus! Daniel

Daniel

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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty Jesus

Mensagem  Fabio Seg Mar 17, 2008 10:48 am

Não é por acaso que você é Reverendo.
Me ajudou muito!

Outra questão:

Qual a influência de Jesus na graça?

Fabio

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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty Jesus e a graça

Mensagem  Daniel Seg Mar 17, 2008 11:04 am

Vasos, essa é uma questão muito bonita.

Não há como pensarmos na graça divina sem pensarmos em Jesus. Na resposta acima, quando disse que o pacto das obras e o pacto da graça podem e devem ser vistos como subdivisões de um mesmo pacto, era exatamente por esta questão. Mesmo depois da queda de adão o pacto das obras vigora. Moisés, por exemplo, diz o seguinte "Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o Senhor (Lv 18.5)". Além disso, quando Jesus foi abordado por aquele jovem que queria saber o que precisava fazer para herdar a vida eterna, ele não respondeu: "você não tem que fazer nada, pois é pela graça". Ela falou:"cumra os mandamentos". O pacto da graça só existe porque o pacto das obras permanece. Isto significa que o Pai só fez um pacto de graça com a humanidade porque, antes, ele estabeleceu um pacto de obras com o Filho. A graça de Deus só é manifestada a nós porque o Filho de Deus, o segundo Adão, veio cumprir as obras que o primeiro Adão não conseguiu cumprir. A graça, portanto, é fruto da permanência das obras. Foi porque o Filho cumpriu o pacto das obras que nós temos acesso aos éritos deste pacto, por causa do pacto da graça. Ou seja, todas as bênçãos que desfrutamos, como manifestação da existência de um pacto de graça com Deus, decorrem do preço da obediência de nosso senhor, que assumiu o pacto das obras, abandonado e violado por nosso representante Adão.

Ou seja, não dá para pensar na graça sem pensar na cruz! A graça divina começa e termina em Jesus (até rinou... aquelas rimas bem Cassiane, mas rimou...hahahahah). Abraço!

Daniel

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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty Onde posso assinar? hehehehe

Mensagem  Renato Seg Mar 17, 2008 11:29 am

Assino em baixo tudo o que o Reverendo disse.... hehehehe

Achei muito interessante a forma como o Daniel colocou o pacto das obras e o pacto da graça, como subdivisões de um mesmo pacto. Já tinha lido a respeito desses dois pactos, mas não tinha pensado neles como pertencentes a um único pacto. Acho isso muito importante, porque podemos enxergar de maneira mais clara o plano de Deus em Jesus, vemos como o centro e o motivo desse pacto está em Jesus.

Agora, uma coisa também mal compreendida, é a questão das obras. Vemos muita gente na igreja falando que não engolem a predestinação/calvinismo, mas acreditam que indo na igreja e continuando a viver de qualquer jeito (jogando a Bíblia pra cima), tem a salvação "mais do que garantida". Penso que isso é de um engano terrível e até me parece uma forma meio hiper-calvinista de enxergar a salvação, contradizendo sua extrema rejeição ao calvinismo.

Claro que nenhuma atitude nossa, por melhor que seja, pode "comprar" nossa salvação, mas ao mesmo tempo, quando somos regenerados, penso que aparece em nós um outro princípio de vida que nos leva a exercitar nossa salvação, nos leva a santificação. Não passamos, como num passe de mágica, a fazer tudo certinho, mas passamos a ter outros princípios que nos fazem odiar o pecado e desejar mudar nossas atitudes. Isso também penso que é a graça de Deus agindo, através do sacrifício de Jesus, e nos fazendo cada vez mais parecidos com Ele

Renato
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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty pacto e etc.

Mensagem  caioperes Ter Mar 18, 2008 6:10 pm

Bom, realmente não há muito mais a dizer aqui. O Daniel expressou bem a opinião reformada e bíblia do assunto. Só quero comentar algumas coisas que talvez nem sejam muito complementadoras, mas podem acabar sendo idéias repetidas formuladas de outra maneira haha.

Sobre os dois pactos, lei e graça, AT e NT. Definitivamente essa dicotomia serve mais para objetivar o estudo histórico/teológico do que para separar as duas partes realmente.

Acho que essa idéia do AT ser a era da Lei vem de duas compreensões erradas. A primeira é dos próprios judeus que por cegueira não viram que todo o texto sagrado está repleto de citações sobre o pacto da graça. É muito claro textos onde Deus fala por meio dos profetas dizendo que o pacto da Lei foi anulado ou se tornou nulo devido ao pecado. Ou seja, a salvação pela lei é algo impossível por causa do pecado. Mas os judeus parecem ter passado desapercebido por isso e assim acabaram se enrolando com a realidade do Messias. Outro motivo que vejo é a questão da santidade, e esse erro é algo que vem do NT, talvez especialmente com o desenvolvimento de teologias bastante divergentes da encontrada na Bíblia. As pessoas costumam ver a Lei como algo horripilante, como algo fora da nossa realidade etc. Isso é consequência de uma falta de compreensão da graça ou da salvação somente pela fé. Os cristãos, ao repudiarem a salvação somente pela fé, que acaba acarretando na predestinação, no pecado original, na depravação total etc. tem que afirmar de alguma forma que as obras são válidas para salvação, mas ao se depararem com um nível tão alto exigido pela Lei veterotestamentária acabam amenizando a Lei e deixando-a mais praticável e fazem isso se utilizando da palavra graça, mas sem entender o real significado da graça.

Quanto a misericórdia e a graça, acho que o que o Daniel falou é pertinente. Só tenho um comentário a dizer. A graça não é somente algo dado imericidamente é algo dado em oposição ao que se merece (aí está a relação de mesmo lado da moeda). Essa idéia é bem explicada pelo Lloyd-jones em variados trechos de seus livros.

Sobre graça comum e graça especial, creio que um texto muito esclarecedor seja 1 Tim. 4:10 "... Deus vivo, Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis." Fica claro que Deus em Jesus salvou toda a humanida, mas especialmente os fiéis. A salvação de todos pode ser vista como uma demonstração da misericórida de Deus, ou seja, Deus não puniu a humanidade e cada indivíduo com a destruição dos mesmos. O fato de a criação e das criaturas ainda existirem é uma grande demosntração de como Deus salvou o mundo. paulo usa esse argumento relacionando com o motivo pelo qual os ministros do evangelho labutam. Se Deus salvou toda a humanidade assim, temos razão para pregar o evangelho para todos. mas a salvação da alma é especial e essa é somente para os fiéis, para os que creêm, para os convertidos etc.

A graça relacionada com Jesus é realmente isso. Como normalmente se diz, Deus planejou, Cristo executou e o Espírito tornou eficaz. A graça foi algo planejado por Deus e foi executado por Jesus. Então sem Jesus não haveria execução e sem execução não teríamos a graça nos alcançando. E poderíamos ver dessa mesma maneira pelo trabalho do Espírito Santo. Mas acho que é ralmente bonito ver que tanto o plano quanto a eficácia dependem da execução. Por isso é realmente algo muito bonito ver que Jesus está no meio e que a obra das outras duas pessoas de Deus estão se voltando para Jesus. mas, o mais bonito de tudo é perceber que Jesus o tempo todo glorifica o Pai e não a Ele mesmo.

Só mais uma coisinha. Acabei de ler o comentário de Romanos do Lloyd-Jones sobre capítulo 5 versículo 15. E ele fala tão maravilhosamente da graça que eu queria compartilhar só uma coisa. Vou acabar com um pequeno devocional aqui hahaha. Ele diz que a graça mediante Cristo é contrastada com a ofensa de Adão. Na ofensa se tem a morte e na graça se tem a vida. Então ele começa a falar sobre a questão da graça como vida, ou seja, a graça como fonte de vida e como princípio de vida. Daí vem a questão da abundância. Se a graça é vida, então ela vai crescendo, pois o princípio da vida é o do progresso. Por isso a graça cresce de tempo em tempo até a eternidade. E essa é a essência daquilo que Paulo fala sobre a abundância da graça ou a graça como algo que está abundante. Isso é realmente algo no qual nós temos que pensar e meditar.

Um grande abraço.

CAIO

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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty Considerações

Mensagem  Duduca Qui Mar 27, 2008 9:17 am

Tenho algumas considerações a fazer e quem sabe levantar um pouco mais essa discussão.

Concordo com o que foi dito a respeito de graça e lei, sem dúvida nenhuma a graça existia no AT, mas eu percebo uma grande diferença nos dois períodos.

No AT a pessoa que pecava contra Deus era "punida" (ou podemos dizer que recebia a retribuição de seu pecado) logo em seguida. Apenas para ilustrar podemos trazer o exemplo de Nadabe e Abiu que trouxeram fogo estranho na presença de Deus e foram engolidos vivos.

Em muitas igrejas hoje vemos muitas pessoas trazer fog estranho para a casa de Deus sem enhuma conseqüência aparente. Continuam lá todas as semanas, arrecando verdadeiras fortunas, o número de membros crescendo. Parece até que a coisa toda foi validada por Deus, por causa dos efeitos que causou. Aqui fica minha primeira pergunta: Por que encontramos essa grande diferença na maneira de lidar com o pecado?

Aparentemente o pecado de hoje é perdoado (graça e misericórdia atuando) e o pecado do AT era punido (mais alguns exemplos: Sodoma e Gomorra, Davi, o caso do bezerro de ouro etc.).

Outro ponto que me chamou a atenção. O Caio citou 1 Tim. 4:10 "... Deus vivo, Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis." Sei que temos um tópico para esse tema e podemos continuar a discussão lá, mas acho importante o contexto que temos aqui. Se Deus é Salvador de todos os homens, como podemos afirmar que apenas os escolhidos foram salvos. Se Jesus cumpriu o pacto das obras para todos os homens, por que só alguns podem aproveitar o pacto da graça?

Abraço a todos.

Duduca
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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty punição

Mensagem  caioperes Qui Mar 27, 2008 9:48 am

Só pra não atrapalhar o tópico aqui, vou ser coeso com relação ao texto de 1 Timóteo 4:10. A menção que fiz do texto foi para dar ênfase a questão do "especialmente", a chave da boa compreensão está na palavra especialmente. Como eu disse, Deus é o Salvador do mundo (graça geral, a possibilidade de existir vida, a possibilidade do mundo e das pessoas terem sido criadas, afinal, sem o plano de redenção (geral e especial) através de Cristo, Deus nem teria criado o mundo). Salvador especialmente dos fiéis recai no sentido de salvação especial ou vocação eficaz.

Quanto a punição do pecado há realmente uma aparente discrepância entre o At e o NT. Muito bem lembrado Duduca. Eu já havia pensado um pouco sobre este assunto antes e realmente ficava pensando nisso como uma discrepância. Os casos citados pelo Du, entre outros, são realmente impressionantes, mas creio que são casos excepcionais. Mesmo crendo que sejam casos excepcionais, ainda creio que hoje exista esses casos. A questão é que ao ler a narração escriturística nós ali temos a afirmação acertiva do autor de que foi Deus quem trouxe a punição. Mas hoje, ao testemunharmos algo parecido, não atribuiremos a punição a Deus, diremos que foi um acidente, um acaso ou sei lá.

Mas temos exemplos desse no NT, o caso de Ananias e Safira aconteceu no "auge" do derramento da graça. Como temos a certeza de que eles foram punidos por Deus? Porque o autor (Lucas) e obviamente as testemunhas dos apóstolos atestaram isso. A questão recai no entendimento, talvez alguém vendo este caso de fora possa ter atribuído a morte de ambos a uma doença que ambos tinham e não sabiam.

Quanto a casos mais gerais, ou menos óbvios, gostaria de mencionar as muitas punições de Deus a nação, a um povo, a um grupo etc. Ao ler a narração histórica de Israel no At vemos muitas punições de Deus vindo a nações (não só de Israel). Como isso acontecia? Dominação por outra nação, guerras, escravidão, fome, pestes, recuo da providência etc. Vale lembrar que apesar da Bíblia dizer que isso era punição de Deus pelo pecado, poucos eram os que criam nisso, tanto é que não respondiam ao chamdo de arrependimento dos profetas. E hoje em dia? Vocês duvidam que muitas das coisas que enfrentamos de maneira geral como nação, como Ocidente, como igreja, como sei lá que grupo, são punições de Deus ao pecado? Eu não duvido que secas, mudanças climáticas, acidentes desastrosos, calamidades naturais etc. são punição de Deus ao pecado antes de serem reações físicas lógicas pelas leis da física ou da biologia ou do que for.

Claro que não se pode simplesmente dizer que esse fato ou aquele foi punição ou não, principalmente se partirmos pra casos pessoais. Vale lembrar que o entendimento de que Deus ainda puni o pecado não pode ser aplicado em todos os casos, isso tanto no AT quanto no NT, o casos mais claros disso é o de Jó e o do cego que Jesus diz que a cegueira dele era para glorificar a Deus. De qualquer forma eu creio que Deus continua a punir o pecado, seja a através dos governantes, da natureza, dos acidentes, das doenças etc. Nós é que perdemos o entendimento de que isso ainda acontece.

Abraços.

caioperes

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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty Polêmica

Mensagem  Daniel Qua Abr 02, 2008 11:58 am

Vasos,
sem querer polemizar, mas já polemizando, gostaria de levantar um ponto na questão da morte de Jesus por todos os homens. Geralmente fazemos esta afirmação por causa dos textos que o apresentam como "o salvador do mundo" ou como aquele que morreu pelo "mundo". Todavia, é bom que a gente perceba que nas Escrituras a palavra mundo tem muitos significados. Muitos mesmo. Mais de dez significados.
A minha questão não é só com relação ao uso da palavra, mas com algumas implicações teológicas difíceis de serem sustentadas quando entendemos a morte de Jesus substitutivamente por cada indivíduo, indistintamente.
Por exemplo, se Jesus morreu por todos os homens indistintamente, e nós cremos na morte substitutiva de Jesus, então com base em que pecados as pessoas que não se convertem são condenadas? Ou seja, se Jesus morreu por todos, os pecados de todos foram pagos na cruz. E se já foram todos pagos por Jesus, não há base para que eles sejam pagos uma vez mais pelos pecadores. Como Deus, sendo justo, permitiria dois pagamentos pelo mesmo pecado: o feito por Jesus na cruz e o feito com a condenação do pecador que não se converte?

Sei que, quando pensamos emocionalmente, achamos logo que isso é um absurdo, uma injustiça, etc. Contudo, as Escrituras nos dão indícios desta verdade. Dêem uma olhada, por exemplo, na oração sacerdotal de Jesus, em Jo 17. "Ele não ora pelo mundo, mas pelos que o Pai deu a Ele". Além disso, ele mesmo disse que TODOS os que o Pai o deu, chegariam a ele. Nenhum se perderia.

Sei que é um assunto polêmico, mas é só pra gente pensar.

Daniel

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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty Re: A Graça no Antigo e no Novo Testamento

Mensagem  Renato Qui Abr 03, 2008 12:37 pm

Com respeito à salvação de todos concordo com o que o Caio e o Daniel falaram. O fato do homem ter uma chance de viver, mesmo que seja de forma miserável, é fruto de Deus ter criado o mundo tendo um plano de redenção, é fruto do sacrifício de Cristo, da graça e misericórdia de Deus. Como o Daniel disse, pensarmos que o sacrifício de Cristo salvará todos os homens traz muitos problemas, como a inculpabilidade. Acho que o máximo que a Bíblia nos dá direito de afirmar é que o sacrifício de Cristo é suficiente para salvar todo e qualquer homem, mas isso não significa que todos os homens serão salvos.

Quanto a questão da punição dos pecados no AT e no NT, acho que as diferenças não são tão drásticas como aparentam ser. Os sacrifícios do AT mostravam como Deus trata o pecado, ou seja, deveria haver morte. O cordeiro propiciava deus e justificava o homem, figurando a obra de Cristo na Cruz. Cristo fez tudo isso de uma vez por todas, da mesma forma como nos tipos do AT. Em relação aos casos, como o citado pelo Dú, de Abiu e Nadabe, penso que são casos específicos. Nesse caso a atitude deles nem foi algo expressamente mau, mas eles transgrediram uma regra dada por Deus e penso que esse tipo de regra tinha a finalidade de mostrar ao homem quem Deus é e como Ele deve ser tratado, ou seja, com temor e reverência. No memso caso se encaixa a história dos dez mandamentos, quando Moisés subiu no monte Sinai. Deus disse a Moisés que ninguém se aproximasse do monte. Que pecado há em se aproximar de um monte? Mas nesse caso Deus exigiu isso, mostrando quem Ele era e como os homens devem tratá-lo.

Abraço a todos!!!

Renato
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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty punição

Mensagem  caioperes Sáb Abr 05, 2008 9:44 am

Acho importante que nós entendamos melhor essa questão da punição (eu também tenho que entender melhor isso). Em primeiro lugar é bom saber que o pecado recebeu uma punição em Jesus Cristo, isto é bem claro pra nós. Acaba vindo então uma pergunta óbvia.

Se o pecado recebeu punição em Cristo, por que então o pecado ainda é punido? (não no sentido de condenação, aqui todas as referências nada tem a ver com salvação ou condenação) Acho que essa pergunta vale tanto para o AT quando para o NT.

Outra questão é, o pecado só é punido quando indo contra uma ordem clara de Deus? Digo isso no sentido daquilo que meu irmão falou como exemplo de subir na montanha. Foi uma ordem clara. Porém não houve nenhuma ordem clara quanto ao caso de Ananias e Safira, Deus não ordenou que todos dessem todo o dinheiro de suas propriedades.

Talvez essas sejam as duas perguntas mais pertinentes no momento. Vou pensar um pouco nelas antes de responder e espero poder ouvir alguma resposta da parte de vocês também.

Abraço

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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty 1 Cor 11:30

Mensagem  caioperes Seg Abr 07, 2008 11:22 am

Bom, eu não sei o por quê da punição ao pecado fora da cruz. A Bíblia não dá uma resposta muito clara sobre isso (pelo menos eu não achei nada). Porém, vejo algumas causas diferentes.

O primeiro caso é o pecado geral. Acho que todos nós sofremos consequências do pecado sendo salvos ou não. A maldição dada por Deus lá em Gênesis não ficou restrita somente ao tempo anterior ao envio da "semente da mulher". Mas abrange todo o período antes da "manifestação dos filhos de Deus". Por isso ainda temos o desagrado de ter que trabalhar para ganhar o sustento. por isso as mulheres sofrem no parto. Por isso há ervas daninhas que dão tanto trabalho pro Val ao limpar o jardim.

Acho que o segundo caso é a desobediência aos mandamentos de Deus. Deus deixou claro que caso eles desobedecem os mandamentos, eles seria amaldiçoados. Creio que isso cabe a nós também.

O terceiro caso é parecido com o segundo. Porém é uma ordem ainda mais restrita de Deus. É o caso que o meu irmão disse, que o Dú mencionou também. Coisas que não necessariamente seriam erradas, como encostar na arca, mas Deus deixou claro a ordem de não tocar.

O quarto caso é o que eu li hoje em 1 Cor. 9:30. Lá, Paulo diz que muitos estão fracos, doentes e até morreram por terem agido de uma maneira que não era condizente com aquilo que eles haviam recebido de Deus. Ou seja, pessoas regeneradas espiritualmente se deixando dominar pelo pecado que habita em nossa carne.

Esse último caso é o mais importante pra nós hoje. Claro que em todos os casos há uma punição ao pecado. Como eu disse, não sei exatamente o por quê disso ainda acontecer após a punição ao pecado em Jesus (quem tiver uma luz sobre isso por favor se manifeste). . De qualquer forma, acho que a graça tem um papel importante nesta questão, pois creio que Deus, pela sua graça, não nos trata como merecíamos, mesmo tendo sido já salvos.

Em 1 Cor. 11:30 há também uma refereência a punição ao pecado como forma de disciplina aos filhos de Deus. Deus realmente nos disciplina e não deixará que um de seus filhos se percam. Obviamente é bastante difícil falar sobre fatos específicos como disciplina de Deus, principalmente em doenças e morte. Talvez nem Paulo tenha dito isso especificamente e falou de maneira geral. Acho que a maneira mais sábia de tratar com isso é conosco mesmo. Sabendo discernir quando um acontecimento na nossa vida é uma disciplina de Deus.

Não sei se isso esclarece alguma coisa. Espero que sim, pra mim foi um pouco esclarecedor.

Abraços.

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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty Punição- resposta

Mensagem  Daniel Ter Abr 08, 2008 9:49 am

Quanto à punição,
penso da seguinte forma:

- Jesus carregou na cruz os pecados de seu povo. O anju, quando disse à Maria que ela daria à luz um menino, disse que Ele salvaria o seu povo dos pecados deles. Isso significa que, na cruz, Jesus recebeu a punição pelos pecados do seu povo, e somente do seu povo. Todos os salvos, de todos os tempos, tiveram seus pecados punidos em Cristo, nos tempos eternos.

- Todavia, porque nem todos são salvos, os pecados dos´não salvos são punidos neles mesmos. Agostinho, certa vez, disse que Deus não puniria todos os pecados imediatamente para que o povo não pensasse que não haveria juízo final, nem que Deus puniria todos os pecados no final para que o povo não achasse que deus não pune pecados.

- Temos, aí, duas qustões que precisam ser analisadas de forma distinta:
- Os pecados dos eleitos foram punidos em Cristo, e eles não sofrem punições pelos pecados que cometem, mas consequências de seus erros. Por mais que Jesus tenha cumprido a Lei e sofrido em nosso lugar, a Lei ainda permanece para nós. Isto significa que, quando quebramos a Lei divina, não somos punidos condenatóriamente, mas sofremos as consequênciuas da quebra do mandamento.

- Os pecados dos ímpios, entretanto, são punidos neles mesmos. Como disse Agostinho, em parte agora e em parte no juízo final e por toda a eternidade.

Daniel

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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty Consequencia do Pecado

Mensagem  Fabio Ter Abr 08, 2008 10:28 am

Uma sugestão ao MODERADOR: Crie um outro tópico sobre o assunto e transfiras as postagens referente a esse assunto no novo tópico amém?

Vamos ao que penso:

Acredito que nossos pecado não podem ser tratado de forma efetiva, ou seja pequei e por isso eu serei punido.

Lembro de algumas vezes o Ari falando sobre o assunto. Numa ocasião ele falou que Deus não nos vê, não vê os nosso atos, o que ele vê é um grande de borrão de sangue de Jesus, por isso não nos condena.
Uma outra coisa que ele falou que o salário do pecado é a morte. Que a única forma que temos para pagar os nossos pecados é morrendo, mas nós não podemos morrer para pagar os pecados pois somos impuros que a única morte aceita é a de Jesus.

Mas tb me lembro dele falado sobre "brecha". Ele contando a história da familia onde aconteceu alguma coisa com eles e o pai reuniu a família e perguntou: "Quem pecou?". Ninguém respondia até que o filho confessou.
Ele explicou que não é castigo, mas sim conseqüência do ato falho. A tal da "brecha ao diabo".

Acredito que quando pecamos não há uma punição direta vindo de Deus, acho que apenas sofremos as conseqüências daquilo que fizemos. Tanto no âmbito espiritual como no físico.

Achei um texto do Ari que fala um pouco sobre o assunto Pecador ou Vítima?

Vou procurar mais coisas sobre o assunto

Beijos

Fabio

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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty Redirecionando

Mensagem  Renato Ter Abr 08, 2008 11:39 am

Amados criei outro tópico para tratar esse assunto...
Segue o link
Punição/consequências dos pecados

Renato
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A Graça no Antigo e no Novo Testamento Empty Re: A Graça no Antigo e no Novo Testamento

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